segunda-feira, 5 de maio de 2014

Poeira

Vivi demasiado tempo agarrado a ti,
tu eras sol, todas as constelações, o universo
Os meus pensamentos nadavam em tua roda
Tudo estava completamente submerso

Será que nada passou de uma ilusão?
Vivi entregado à fantasia,
a loucura percorria-me noite e dia

Infindáveis dias e momentos,
passados à frente de um ecrã,
procurando ouvir-te,
sentir-te, para parecer por instantes
uma pessoa sã…

Noites frias e escuras, iluminadas
pela ponta de um cigarro,
quantos maços tiveram o teu nome escrito?
quantos pensamentos gerados pelo andamento de um carro?
E…,
fazendo as contas por instinto.
Como eu gostava de me perder nesse teu labirinto…

Não sei como, aprendi a amar-te,
mesmo sem nunca ser totalmente correspondido,
Sábios ficam confusos com a parvoíce,
e ingenuidade de todo o sucedido

E quando tudo fluía sentia-me bem,
queria visitar-te, ir além.
Mas o pó, rapidamente se voltava a instalar,
envolvendo tudo em mistério e confusão.
E dissipava-se acabando por se assentar
E o ciclo continuaria, assim como a tua adoração.
Vivi demasiado tempo agarrado a ti,
Só que ainda vivo, e penso que uma parte de mim
sempre viverá assim.

É confortável de certo modo,
esta minha ilusão,
Mas se amo alguém, és tu.
E digo-o, como tem de ser feito.
Agora sim, finalmente,
descontracção…


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